Algumas vezes nos deparamos com textos, artigos e discursos que recriminam as pessoas que se preocupam com os animais não humanos.

Grandes personalidades costumam, talvez sem conhecimento de campo, denegrir, rebaixar ou desmerecer o trabalho destes outros irmãos que optaram por auxiliar os irmãos menores em sua jornada evolutiva.

Por alguma intenção específica como magoar, machucar e enfraquecer a luta, os chamam de misantropos, dentre outros termos costumeiramente utilizados.

O ser humano parece que ainda hoje continua com grande dificuldade para a aceitação do novo, para a aceitação das diferenças para o respeito em relação ao livre arbítrio que igualmente foi concedido ao outro.

Ao invés de se utilizarem do verbo para demonstrar a força desse movimento e utilizá-la como modelo para que outras pessoas se unam em seus ideais alicerçando e fortalecendo cada uma das lutas escolhidas, tentam usar dessa força para tentar demonstrar que é uma luta vã, de pessoas que não amam o próximo humano tal como amam os animais.

Seria mesmo baseado no amor o discurso que aponta e tenta desagregar o ideal alheio somente porque este ou aquele não compactua com ele? Não seria melhor dizer: “olhem o que eles fazem, façamos como eles, nos unamos ainda mais nesse mesmo ideal de amor, de devoção e esperança no porvir de um mundo melhor”.

Mas o que fazem?
Acusam esses que se preocupam com os animais de não trabalhem com esse mesmo afinco em “Sua” causa, a causa humana que eles elegeram. E novamente devemos questionar: Mas não matar outros irmãos não é também parte de uma luta para salvar a humanidade, apenas combatida em um cenário diferente?Que culpa possuem os que lutam pelos animais da força que eles próprios possuem no trabalho ao qual se dedicam? Devem eles carregar a culpa pela fraqueza daqueles que em, elegendo outras lutas, não possuem a mesma determinação e propósito? Que culpa possuem por conseguir reunir milhares de pessoas em um só dia de manifestação quando todos aqueles que os recriminam, não saem as ruas ou quando saem não arrastam multidões?Qual o respeito ao livre arbítrio teremos ao querer que todos lutem a “Nossa Luta” quando há tantos cenários de dor, de fome e marginalidade, quando há tantas vidas a serem salvas ?Admitamos que somos fracos em nossa luta, mas jamais acusemos o outro pelo trabalho bem feito, pela força, pela garra que o move.Somente assim poderemos, cada um em sua escolha, ter forças para lutar por aquilo que acreditamos.

Olhemos o trabalho do outro com respeito e não com inveja, os animais não são mais importantes que os seres ditos “humanos”, assim como os seres ditos “humanos” não são mais importantes que os animais, somos todos irmãos, somos todos filhos de Deus e cabe, aquele que se acredita superior, cuidar e acalentar aquele que ele julga seu inferior “ A missão do Superior é amparar o Inferior”, já diz André Luiz. Não há mais gente lutando na causa animal, só há menos gente disposta a lutar a mesma luta, quando éramos poucos, ainda ouvíamos a mesma sabatina e aqueles que não faziam nada, continuam a nada fazer.Lutemos cada qual a nossa luta sem invejas e sem rancores, mas lutemos sempre guiados pelo ideal maior, o amor .

Não o amor da vaidade ferida, mas o amor da dádiva que Deus nos concedeu e que não valorizamos. Todas as lutas da vida são desafios ao amor, cabe a cada um de nós aprender a vencê-las. Como nos disse Jesus: “uma só coisa vos é necessária: que vos ameis uns aos outros”.

Aprendamos a amar para deixarmos de acusar.

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